segunda-feira, 21 de março de 2011

Tirinha Pós-estréia

Vale a pena retransmitir

Artistas da região formam grupo de discussão

Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC

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Começou com um debate sobre formação de público, daqueles que não encontra no fim sua resolução. Diversos coletivos teatrais do Grande ABC, nesta reunião, realizada no fim do ano passado, na ELT (Escola Livre de Teatro) de Santo André, não acharam na falta de plateia o cerne da questão do teatro regional, pelo contrário, apenas a ponta de muitos problemas, e nós, que agora estão para ser desatados com as reuniões do Grupos e Artistas de Teatro da Região do Grande ABC.


No sábado, na Cia da Matilde, em São Caetano, o grupo fez seu 4º encontro - que é levado a sério, com ata de registro e gravações dos bate-papos -, e o debate iniciou a conversa sobre a criação do Programa de Fomento ao Teatro da cidade de São Paulo, com Marco Antônio Rodrigues, um dos pensadores do projeto. A ideia é readequá-lo para apresentar proposta semelhante ao Consórcio Intermunicipal.


Mas, antes de pedir recursos, todos perceberam que há necessidade de aprofundar o olhar sobre si mesmos e seus irmãos teatrais, plano que começa, provavelmente, nesta semana, com o que eles batizaram de vivência, na qual todos os grupos trocarão a oportunidade de mostrar seus trabalhos uns ao outros.


"As reuniões começaram pela angústia dos artistas com a dificuldade de conseguir espaço. Fomos discutindo tópicos até chegar ao ponto de procurar nos conhecer no âmago das nossas necessidades", conta Erike Busoni, da Matilde.


"Percebemos questões anteriores as do fomento, que são mais pertinentes no momento. Os grupos não se veem, não têm elo de ligação", revela Solange Dias, do Teatro da Conspiração, de Santo André.


"Antes de qualquer coisa, vimos a importância de entender o que cada grupo faz - e nós mesmos também - e como buscar excelência a partir disso. O ideal é que cada um seja contemplado com o fomento pela sua qualidade artística. É como o Marco Antônio nos falou, não adianta achar que é INSS para juntar dinheiro e resgatar. Queremos apresentar um projeto que dure mais do que uma temporada", completa Busoni.


Para Solange, cada reunião firma a busca por uma política cultural mais consistente.