Foram quatro horas sem sair de cima. hehehe. Rogerinho não deu intervalo. Mas a aula foi bem legal. Daniel veio com uma musica nova. Depois a Pri sugeriu um jogo de memória bem legal. Fomos para a massagem, depois veio a dança e para finalizar veio o melhor: O jogo com a técnica do Campo de Visão. Cara, que negócio legal. E nem adianta explicar muito, porque o interessante mesmo é ver o jogo acontecendo e participar dele. Depois experimentamos o jogo um pouco na rua, mas eu particularmente já estava tão cansado que não consegui explorá-lo muito bem.
Parece que foi pouco, mas a aula rendeu bastante e serviu muito pra mim.
Estamos na penúltima semana e já estou olhando para tudo com saudade! Saudade do aprendizado, dos amigos, dos momentos de almoço, do metrô, onde reflito e ouço música, saudade, saudade, saudade...
Mostrando postagens com marcador Ecos do CAT. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Ecos do CAT. Mostrar todas as postagens
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Ecos do CAT (Aula 30)
Faltei duas aulas, minhas primeiras e últimas faltas, por isso não descreverei as aulas anteriores.
Começamos com respirações e aquecimentos vocais. Fomos para um belo rap composto pelo Daniel, que depois juntou-se com um trecho da música do Majó, que virou música. E voltamos a cantar "aqui não existe mundo cão". Estava muito bom. Eu é que particularmente estavquea pouco atento ainda atormentado pelos problemas da semana. Muitos de meus amigos se aproximaram de mim, com abraços e palavras de carinho, o que me fez sentir melhor.
Aula de bufão da Vanessa: Delícia total poder fazer gestos obcenos e falar palavrões, coisa que o Bufão, ancestral do Clown pode fazer. Aliás, a Vanessa contextualizou muito bem o universo para nós, o que me deu uma vontade profunda de estudar mais sobre. Adorei.
Logo após a oficina, chegamos à conclusão de quem mais uma vez o grupo teve pouca escuta. O que dificultou a potencialização das atividades. A orientadora disse que é completamente normal acontecer isso nas primeiras aulas. Eu adorei a aula, mesmo. E quero fazer mais.
Ando tão cansado com o final do ano que não estou conseguindo me aprofundar nas reflexões aqui. Uma pena...
Logo após a oficina, chegamos à conclusão de quem mais uma vez o grupo teve pouca escuta. O que dificultou a potencialização das atividades. A orientadora disse que é completamente normal acontecer isso nas primeiras aulas. Eu adorei a aula, mesmo. E quero fazer mais.
Ando tão cansado com o final do ano que não estou conseguindo me aprofundar nas reflexões aqui. Uma pena...
Ecos do CAT (aula 28)
Fazendo atrasado de novo
Ouvimos muita música com o Lincoln. Aproveitando o e-mail que ele mandou, colocarei aqui para não esquecer.
Ouvimos muita música com o Lincoln. Aproveitando o e-mail que ele mandou, colocarei aqui para não esquecer.
IDADE MÉDIA
Canto bizantino para a Virgem Maria (anônimo): Soeur Marie Keyrouz, Líbano
Canto gregoriano: Kyrie IV (1o modo) (anônimo), Monges de Solesmes, França
Canto de peregrinos: Libbre Vermell de Montserrat, Catalunha: Cuncti Simus Concanentes Ave Maria (anônimo), Hespérion XX
Trovadores, Provença, França: Non es meravelh si eu chant (Bernatz de Ventadorn), Camerata Mediterrânea
Organum a 2 vozes: Pange Melos (anônimo), Boston Camerata
Polifonia a 3 vozes: Alle Psalite Cum Luya (anônimo), Boston Camerata
TRANSVERSAIS
A Lua Girou (anônimo), Milton Nascimento
Sentinela (Milton Nascimento e Fernando Brant), Milton Nascimento
Encomendação de Almas (anônimo), Cantadeiras do Souza, Minas Gerais
Ladainha da Santíssima Virgem (anônimo), Cantadeiras do Souza, Minas Gerais
Bichinho canário (Grupo Pavão Dourado), A Barca
O Grande Poder (Mestre Verdelinho), Comadre Florzinha
Depois, instalação da JÔ!
Finalmente poesia de volta ao CAT. Um Vídeo lindo com pessoas dizendo o q era poesia para elas, umas imagens lindas e depois mais um momento catártico no palco, entre barbantes
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Ecos do CAT (Aula 27)
Ninguém fez o diário de bordo de novo. O namoro caiu na rotina. Por um lado é bom, nos dá segurança. Por outro não, era tão legal quando tínhamos vários olhares, várias leituras da aula anterior. Instalava-se sempre um estado de CAT em cada um de nós, era tão bonito, faz tão pouco tempo, mas dá saudades...
Dois exercícios da Mônica: váriação de PÁ, OH, BLULULU e SHIVA e um pega pega de nomes. Muito bom.
Duas novas apresentações: Roberta e Mônica. Descobri que minha amiga de caminhada até o Metrô tem uma irmã gêmea que também é atriz e mora em Londrina, sensacional. Contou de sua luta para viver de teatro, e sua viagem à Franca com o Teatro da Travessia. Contou também da retomada à rotina, que neste caso, lhe era importante e como voltar a vida e ao trabalho. Terminou nos presenteando com um texto dito em Francês e Português. E a Poesia voltou por um instante.
Duas novas apresentações: Roberta e Mônica. Descobri que minha amiga de caminhada até o Metrô tem uma irmã gêmea que também é atriz e mora em Londrina, sensacional. Contou de sua luta para viver de teatro, e sua viagem à Franca com o Teatro da Travessia. Contou também da retomada à rotina, que neste caso, lhe era importante e como voltar a vida e ao trabalho. Terminou nos presenteando com um texto dito em Francês e Português. E a Poesia voltou por um instante.
Hora da Mônica fechar os olhos e contar sua história incrível. Idas e vindas de casa, lutas e lutas por um fazer artístico. E ela reclamando que não tem faculdade, mas nem sabe que é um doutorado vivo. Acho que isso resume o que sinto sobre a história dela. E basta: um doutorado vivo!
Aula da Tica. Cheguei meio "desafim", mas quando sentei para a aula falei: "Vamos lá!" e fui. Senti que a sala toda estava numa energia cansada, mas eu não estava então, estava atendo, bem diferente do momento que sentei para a aula. Alongamento forte e depois massagem, experimentação e o jogo das entradas e saídas, que achei maravilhoso, conselheiro, deus forte, pai da eternidade e principe da paaaaaazzzz, alelura grória a deus.
É isso aí.
Ufa! Consegui fazer todos os registros atrasados. Nunca mais vou deixar atrasar de novo. Foram três de uma vez só.
Aula da Tica. Cheguei meio "desafim", mas quando sentei para a aula falei: "Vamos lá!" e fui. Senti que a sala toda estava numa energia cansada, mas eu não estava então, estava atendo, bem diferente do momento que sentei para a aula. Alongamento forte e depois massagem, experimentação e o jogo das entradas e saídas, que achei maravilhoso, conselheiro, deus forte, pai da eternidade e principe da paaaaaazzzz, alelura grória a deus.
É isso aí.
Ufa! Consegui fazer todos os registros atrasados. Nunca mais vou deixar atrasar de novo. Foram três de uma vez só.
Ecos do CAT (Aula 26)
Leitura sobre "O que gosto em São Paulo". Muita coisa bonita. O pessoal está esquecendo de fazer o diário de bordo. Acho que o Rogério aproveitou a oportunidade para improvisar. hehehe.
Oficina do Alê: Muito bom. Começamos com a coluna, como nas aulas da Tica. Logo depois partimos para um exercício de movimento, imagem e ação, que já tinha feito no Nó e só agora entendi. O exercício nos levou para muitos outros, os quais minha memória não consegue retomar agora, mas tinha muito a ver com imagem.. O que ficou mais forte para mim foram as palavras dele: Dignidade, brilho no olho, nem sempre ganhar é ganhar. E é verdade.
Intervalo e aprendemos dois jogos maravilhosos: O Lenhador e o Potência Potência Potência Potência. hehehehehe. Mais um jogo do Alexandre e pena que não deu tempo de aprofundar, já era o fim da aula.
Intervalo e aprendemos dois jogos maravilhosos: O Lenhador e o Potência Potência Potência Potência. hehehehehe. Mais um jogo do Alexandre e pena que não deu tempo de aprofundar, já era o fim da aula.
DIGNIDADE! BRILHO NO OLHO! POTÊNCIA POTÊNCIA POTÊNCIA POTÊNCIA!
Ecos do CAT (Aula 25)
Segundo dia com o
Lincoln. Vim querendo mais jongo, confesso. Mas foi uma onda diferente!
Começamos com um pouco de pandeiro e logo depois fomos trabalhar a
música do Emerson, Cordélia e Tathi, que é muito linda. “Aqui não existe mundo
cão”. Ficamos nela até o intervalo. Depois rolou uma conversa chata falando da
falta de foco da turma, que eu concordo, mas a forma talvez não tenha sido a
melhor possível, a meu ver.
Fomos apresentados a
Stella do Patrocínio, esquizofrênica e indigente de uma colônia psiquiátrica do
Rio de Janeiro, com quem alguém resolveu fazer uma série de entrevistas, pois
encontrou em seu discurso certo lirismo, muito lirismo, tanto que virou livro.
Era incrível ouvir a voz daquela mulher. Logo depois o Lincoln nos mostrou sua
experiência mais radical com teatro e música. Meu professor musicou os poemas
da mulher e transformou-os em um espetáculo chamado “Entrevista com Stella do
Patrocínio”, com Georgette Fadel em cena.
No final, mais uma vez o grupo enveredou por
aqueles conversas que não levam a nada de ficar discutindo opinião e juízo de
valor. Sorte que depois teve CAT BAR, para o qual fui arrastado.
Segue um trecho do vídeo do Espetáculo “Entrevista
com Stella do Patrocínio."
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Ecos do CAT (Aula 24)
Como posso explicar o que sucedeu nesta quinta de CAT? Cheguei atrasado pela primeira vez por causa do meu cartão de banco. Fui preocupado como seria, pois o período todo seria com o Lincoln e tive medo de que a aula ficasse cansativa. Tinha razão. Foi muito cansativa. Sabe aquele tipo de cansaço que a gente sente e fica feliz? Pois é...
Lincoln nos contou sobre o Jongo e junto com a Jô nos ensinou os passos. Logo depois aprendemos como era o toque básico. E começou a roda. Uma eletricidade percorreu meu corpo, meu sangue negro vibrava nas veias e aos poucos fui me sentindo tão à vontade, tão feliz, tão pleno. Toda vez que entrava na roda era uma alegria tão profunda, tão verdadeira. Eu me transbordava de suor e paixão. Pensava: "Primeiro o pífano, agora o jongo. Para onde eu vou com tanta paixão?"
Sempre tive problemas com dança. Alguma dificuldade técnica se aliou a problemas de ordem pessoal e fez com que minha relação com esta arte fosse sempre paradoxal. Acho lindo e até invejo que a faz com beleza. Mas nunca consegui executar com precisão os mais simples passos, a não ser que fosse por brincadeira. Aí eu faço papel de ridículo e fica engraçado, não bom.
E esse tal jongo trouxe para mim o que nenhuma outra dança pode trazer. Liberdade, prazer, felicidade, vontade de dançar a noite inteira. Meu Deus, que delícia, que apaixonante... Quero mais, muito mais, quero jongo a vida inteira, em cada momento da minha vida...
E isso já é o bastante por hoje!
"Que Deus dê a proteção pra jongueiro novo
pro jongo não se acabar!"
terça-feira, 8 de novembro de 2011
Ecos do CAT (Aula 23)
Fomos cantar e mais uma vez foi lindo. Não me lembro da letra agora, mas era curta e falava de um passarinho, de onde ele morava e de uma flor de jurubeba. Não aguentei e fui pesquisar. Está aqui!
OI MEU PASSARINHO VERDE
ONDE É QUE VOCÊ MORA
EU VOU BEBER
NA FLOR DA JURUBEBA
OI MEU PASSARINHO VERDE
ONDE É QUE VOCÊ MORA
EU VOU BEBER
NA FLOR DA JURUBEBA
Em pareias fica mais bonito ainda. Cara, como eu queria saber ouvir o tom e fazer uma terça de cara. É lindo demais!
Ouvimos outras canções e depois Emerson e Cordélia novamente nos presentearam com seu talento musical, tendo a companhia de Tathi, que também arrebentou. A música era tão legal que todos acabaram pegando para cantar. "Aqui não existe mundo cão"
Aula da Tica: O quadril. Que viagem! Adorei a experimentação. Entrei num estado maravilhoso, típico daqueles do plano no indizível. E se é indizível, termino aqui. Outra reflexão curta. Não tem problema!
Ecos do CAT (aula 22)
Polêmica! Polêmica!
IX
O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa
era a imagem de um vidro mole que fazia uma
volta atrás de casa.
Passou um homem depois e disse: Essa volta
que o rio faz por trás de sua casa se chama
enseada.
Não era mais a imagem de uma cobra de vidro
que fazia uma volta atrás de casa.
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem.
A 22ª aula do do CAT retomou o momento de crise iniciado na última aula após a instalação da Tathi.
Well nos apresentou sua instalação, seu olhar performático, assumindo seus riscos. De uma plasticidade surpreendente, a obra suscitou uma discussão acalorada principalmente entre Well e Mônica a partir do momento em que o autor passou a falar.
O Clima ficou bem tenso e o ar de lirismo dos outros dias, creio que ficou para trás. Durante a conversa no trem, a Pri me falou duas palavras sobre as quais gostaria de refletir brevemente. "Discutir" e "curtir". Embora sejam coisas distintas, é bastante possível unir as duas coisas. Uma discussão pode ser uma curtição e uma curtição pode gerar discussão, vide instalação da Tathi.
Mas às vezes, quem sabe, discutir o tempo todo não seja o melhor caminho. Há tantas coisas para se fazer e pensar, que o indizível e o silêncio são tão bons, que às vezes as palavras empobrecem a poesia.
É mais ou menos assim:
O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa
era a imagem de um vidro mole que fazia uma
volta atrás de casa.
Passou um homem depois e disse: Essa volta
que o rio faz por trás de sua casa se chama
enseada.
Não era mais a imagem de uma cobra de vidro
que fazia uma volta atrás de casa.
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Ecos do CAT (aula 21)
Passei por um momento de longas reflexões e belas palavras. Neste momento, o tempo não me permite ficar muito por aqui postando sobre cada aula, espero estar mais livre semana q vem. Então, vai aí uma descrição simples.
Leitura do Diário de Bordo me atravessou. Primeiro porque o Well trouxe um filme que refletia sobre toda a minha dúvida no dia anterior e segundo pela emoção dele ao ler o texto que trouxe. Foi comovente!
Aula do Lincoln: evoluí no pandeiro. Na próxima quinta ele pediu para chegar cedo quem quer estudar pífano. Maravilhoso!
Intervalo: O mais divertido dos últimos tempos.
Instalação da Tathi: O palco vazio. O silêncio, que leva à poesia, que leva a proposta, que leva à bagunça, que leva ao escuro, que leva ao caos e os conflitos. Resultado: gente! O grupo estava precisando de um pouco de polêmica.
É isso. Embora curta, mantive a disciplina de fazer religiosamente toda noite após a aula. Vinte e uma reflexões sem pular nenhum dia. Parabéns para mim!
Leitura do Diário de Bordo me atravessou. Primeiro porque o Well trouxe um filme que refletia sobre toda a minha dúvida no dia anterior e segundo pela emoção dele ao ler o texto que trouxe. Foi comovente!
Aula do Lincoln: evoluí no pandeiro. Na próxima quinta ele pediu para chegar cedo quem quer estudar pífano. Maravilhoso!
Intervalo: O mais divertido dos últimos tempos.
Instalação da Tathi: O palco vazio. O silêncio, que leva à poesia, que leva a proposta, que leva à bagunça, que leva ao escuro, que leva ao caos e os conflitos. Resultado: gente! O grupo estava precisando de um pouco de polêmica.
É isso. Embora curta, mantive a disciplina de fazer religiosamente toda noite após a aula. Vinte e uma reflexões sem pular nenhum dia. Parabéns para mim!
terça-feira, 1 de novembro de 2011
Ecos do CAT (Aula 20) e minha volta à sala de aula
Antes de ecoar o CAT de hoje, abro este espaço ecoando o que aconteceu durante a manhã, que acabou tendo consequências no meu dia e minha estadia entre os CATDráticos.
Recebi um convite para substituir e professora Michele, minha amiga, que teve um problema no pé e ficará afastada até o fim da semana. Aceitei de pronto principalmente porque ela dá aula para o Ensino Fundamental, fase que eu adoro, e principalmente porque sabia que encontraria lá figuras queridíssimas, meus cavalinhos do Núcleo 3 do Brinquedo Torto.
O grande problema é que fiquei até tarde fechando a programação do Mostra a Cara e fui dormir mais de 3 da manhã, para acordar às 6:00. Acordei de solavanco, nada que um bom banho não resolvesse. E lá fui eu. De cara entrei no 8º ano, maior concentração de cavalinhos por metro quadrado. Dei uma revisão de Período Composto por subordinação e gostei de mim. Estava divertido. Acho que coloquei um pouco de fogo na galera. Eles não paravam de falar, graças a Deus, por empolgação, "todo comportamento tem uma intenção positiva". Foi muito legal. Terminei com a clássica estória do machado e com a piada do mendigo sonhador, cujo sonho era ter um avião teco-teco.
9º Ano: rolou uma química daquelas que eu gosto e que me lembrou a 5ª B, 6ªA e B e minhas 7ªs do Collaço, a maioria das 7ªs, 6ªB, D, E do Irajá, 7º ano Carrossel, 8ºAno Hermes e Renato e 1º Sociedade dos Poetas Mortos do próprio Central Casa Branca. Lemos um texto lindo que falava sobre utopia e sinto que meu discurso inspirou a turma. No final, vieram me abraçar e dizer que a sala tinha o estigma de pior da escola. E eles comigo foram fantásticos.
Intervalinho e 6º ano. Bem novinhos, com minhas queridas Judite (Izabela) e Júlia (Jéssica). Apliquei prova. Eles são simpáticos, mas faltava-lhes foco, coisa da idade. Terminei a aula com jogos de concentração e um relaxamento a la Milton Erickson.
Adorei a manhã. Fui almoçar e comi muito. Não sei se por isso, fui me arrastando até o trem e da Brigadeiro Luis Antônio até o CAT fui pior ainda. Cheguei lá e fiquei sabendo que o Lincoln não viria. Iríamos fazer uma leitura de Artaud: "O teatro e a peste". Texto maravilhoso, que já li ou debati com a professora de Estética Teatral da Funda. Mas estava cansado demais e o resultado.
ZZZZZZZZZZzzzzzzzzzzzzzzzzzzZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzZZZZZZZZZzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzZZZzzzzzZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzZZZ
Lia o meu parágrafo e não conseguia ficar de olhos abertos. Foi muito punk, aquele sono de passar mal que há tempos não tinha. A cabeça tombava e me assustava. Foi duro. Entendi o que o texto quer dizer, mas percebi que estou na superfície e o significado real do texto está abaixo do pré-sal.
Nem quis ir para o lanche, deitei e tentei cochilar. Quem disse que conseguia? Ainda assim ajudou. Minha colega Roberta trouxe-me um energético, que felizmente deixou-me acordado para a aula da Tica. Ela nos perguntou sobre o impacto de sua aula em nossas vidas e depois nos apresentou a bacia. E fomos à massagem. Um tanto difícil de reconhecer no outro e encontrar os ossos, principalmente o púbis. Mas sem grandes crises, meu mal era sono mesmo e pude relaxar um pouco durante a massagem.
Escrevi pouco sobre o CAT não porque tenha sido ruim, o contato é sempre ótimo. É que pelo meu estado, creio que não pude absorver bem a aula. De quarta para quinta, dormirei bem cedo. Ainda assim, foi ótima a experiência. Despeço-me aqui e vou ao encontro de minha cama.
Boa noite!
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Ecos do CAT (Aula 19)
Referências de hoje: "A função da arte" de Eduardo Galeano
Músicas: "Trovoa" e "Um dia útil"
Começam sons. Somos deitados no solo. Cerram os olhos e parto. Divago, vagueio por terras imaginárias de dunas altas e flautas dissonantes. Me ajudo a olhar e rir do dia útil e questionar-me o mesmo que a canção pergunta.
Doce sabor de som. É bom e não dói, por hora. Experimento.
Rebeca em cena. O teatro a fez ver o mar com outros olhos. De Camaçari a Aracaju, de Aracaju ao Rio. E de lá para São Paulo com pena, dor, ira, horror. E o ridículo do humano constrange a criança quando zomba do sotaque em cada canto que passa, sem descobrir nem perceber que é bela a canção que toca a voz de cada região. Diversidade é riqueza que se tem de orgulhar.
Quem disse que o teatro não salva? Salvou uma menina do ódio mortal de Sampa, que de besteirete e biquíni. salvou também o grupo que perdeu quem quebrou o pé. O que seria de ti sem teu rebolado, menina?
Quem não gosta de São Paulo como tu? Quem odeia esta lógica desorganizada e caótica da cidade que te aceita, segundo teus olhos, como madrasta? Lógica caótica como a prática que escolheste como tua...
E a partir do mundo visto de dentro de seu Ford Ka vermelho, outra possibilidade vislumbra que não o grupo, que não mais lhe é caro pelos traumas que lhe causou a prática com o tal famigerado...
E assim, sapateia feliz e só em busca de novos ares e novos mundos a menina sonhadora, sem sapato mas de meia vermelha, cor da paixão, vermelha também como seu Ka, de olhos abertos para São Paulo.
O Peregrino Well cerra seus olhos e conta. Vem e volta do Sul a São Paulo e vice-versa. Desde pequeno é tropeiro. E de lá para cá busca onde se encontrar até chegar em Taubaté. Na batalha de juntar dinheiro para buscar a vida lá longe, o mundo e suas ironias tiram-lhe o sonho. Silenciou-se por dois anos a poesia até que um surto devolveu-lhe a vida.
Enquanto fala, seus pés inquietos tiquetaqueiam no chão. Os dedos mantendo-se por iniciativa privada própria em constante movimento, carregam-lhe a força de sua vida. Um Mazzaropi moderno, simpático e belo como o ser do interior. E na deliciosa ingenuidade caipira de nhô-sartre reflete sobre as agruras da relação interpessoal: "num é comigo o problema...".
O mundo precisa é dessa ingenuidade, dessa verdade doce e alegre de eterno caipira-menino-biu, que dubla Juninho e tira em primeiro sozinho. Canta Colombina canta, menino, enquanto a menina sapateia. E chega de malmequer.
Vamos à casa de Priscila. Local de rituais sacroprofanos. Todos os santos estão a nos esperar. Sua casa é grande como a região metropolitana. O ABC dos santos junto com a intercessão das divindades da megalópole recebem-nos com o aconchego de mãe. No lavapés purifico-me, a caninha me acalanta e escrevo uma oração.
Entre flores e espinhos, reflito sobre meu ser e meus caminhos. Só agora os vi como pregos. Agora vou buscar um pouco de papo entre os meus. Porque poesia é troca e conversa boa tem o lirismo dos grandes mestres.
Músicas: "Trovoa" e "Um dia útil"
Começam sons. Somos deitados no solo. Cerram os olhos e parto. Divago, vagueio por terras imaginárias de dunas altas e flautas dissonantes. Me ajudo a olhar e rir do dia útil e questionar-me o mesmo que a canção pergunta.
Doce sabor de som. É bom e não dói, por hora. Experimento.
Rebeca em cena. O teatro a fez ver o mar com outros olhos. De Camaçari a Aracaju, de Aracaju ao Rio. E de lá para São Paulo com pena, dor, ira, horror. E o ridículo do humano constrange a criança quando zomba do sotaque em cada canto que passa, sem descobrir nem perceber que é bela a canção que toca a voz de cada região. Diversidade é riqueza que se tem de orgulhar.
Quem disse que o teatro não salva? Salvou uma menina do ódio mortal de Sampa, que de besteirete e biquíni. salvou também o grupo que perdeu quem quebrou o pé. O que seria de ti sem teu rebolado, menina?
Quem não gosta de São Paulo como tu? Quem odeia esta lógica desorganizada e caótica da cidade que te aceita, segundo teus olhos, como madrasta? Lógica caótica como a prática que escolheste como tua...
E a partir do mundo visto de dentro de seu Ford Ka vermelho, outra possibilidade vislumbra que não o grupo, que não mais lhe é caro pelos traumas que lhe causou a prática com o tal famigerado...
E assim, sapateia feliz e só em busca de novos ares e novos mundos a menina sonhadora, sem sapato mas de meia vermelha, cor da paixão, vermelha também como seu Ka, de olhos abertos para São Paulo.
O Peregrino Well cerra seus olhos e conta. Vem e volta do Sul a São Paulo e vice-versa. Desde pequeno é tropeiro. E de lá para cá busca onde se encontrar até chegar em Taubaté. Na batalha de juntar dinheiro para buscar a vida lá longe, o mundo e suas ironias tiram-lhe o sonho. Silenciou-se por dois anos a poesia até que um surto devolveu-lhe a vida.
Enquanto fala, seus pés inquietos tiquetaqueiam no chão. Os dedos mantendo-se por iniciativa privada própria em constante movimento, carregam-lhe a força de sua vida. Um Mazzaropi moderno, simpático e belo como o ser do interior. E na deliciosa ingenuidade caipira de nhô-sartre reflete sobre as agruras da relação interpessoal: "num é comigo o problema...".
O mundo precisa é dessa ingenuidade, dessa verdade doce e alegre de eterno caipira-menino-biu, que dubla Juninho e tira em primeiro sozinho. Canta Colombina canta, menino, enquanto a menina sapateia. E chega de malmequer.
Vamos à casa de Priscila. Local de rituais sacroprofanos. Todos os santos estão a nos esperar. Sua casa é grande como a região metropolitana. O ABC dos santos junto com a intercessão das divindades da megalópole recebem-nos com o aconchego de mãe. No lavapés purifico-me, a caninha me acalanta e escrevo uma oração.
Entre flores e espinhos, reflito sobre meu ser e meus caminhos. Só agora os vi como pregos. Agora vou buscar um pouco de papo entre os meus. Porque poesia é troca e conversa boa tem o lirismo dos grandes mestres.
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Ecos do CAT (Aula 18)
Desde pequeno tenho paixão por palavras. Desde as mais simples que aprendi a escrever nas cartilhas do pré-construtivismo como casa, ovo, bola, àquelas mais complexas como embuste, engodo, incólume, etc. Sempre fui fascinado pelas palavras. Seja por sua aparência, sua sonoridade, sua carga semântica e sua história. Mas tenho de concordar que certas coisas fogem ao domínio das palavras. O que é a palavra senão um signo de algo que existe, seja no plano mental, concreto, imaginário ou o que quer que seja? E como encontrar palavras para algo que não se sabe o que realmente é. Se não se sabe, não há precisão na descrição e não há palavra. Acho que estou divagando e deve ter gente maluca por aqui para saber o final da história. Eu sempre me alongo aqui, mas após dois dias sem dormir direito e um dia praticamente sem comer, o que valeu muito a pena, enquanto reflito aqui, o corpo e a mente pedem descanso. Então vamos lá:
Cheguei correndo e quase me atrasei para a aula do Lincoln. E confesso que minha cabeça estava longe. Ainda assim, chamava-me o tempo todo à atenção. Não creio ter prejudicado a aula, tampouco me prejudicado. Estava muito preocupado e fiz a aula com um olho no peixe e outro tentando visualizar ao longe os gatos, que vadiavam pela rua...
Cantamos e tentamos experimentar nossas colunas. Não foi como na aula da Tica, afinal, somos calouros e conhecemos verdadeiramente nossas colunas só agora. Senti um clima um tanto pesado na aula e preocupei-me. Minha amiga carioca Tathiane Matos fez um desenho na parede enquanto cantávamos a música do Emerson. Olhei para aquilo e vi que dava liga com minha instalação.
A Leitura do Diário de Bordo feita pelo Majó foi incrível. Em todos os sentidos.
E então, entro no reino do indizível, fora do domínio do País da Gramática. E que não é também da Imagem ou do Som. É de algo que só se sente e que eu não sei mesmo explicar. Vou descrever friamente:
Meus meninos foram em peso. Estava com medo de não vir ninguém e vieram 13. Nossa! Para mim, a instalação foi ali. Aquela foi a instalação que eu vivi. Eu não sabia o que dizer. Apenas repetia comigo: "como eu amo esses cavalinhos..." até os menores estavam lá. E não estavam sozinhos. Estavam por eles (Brinquedo Torto), Peixe Vivo, Trovadores, Poesia de Corpo Presente, Cia do Abraço, Trup´stranha, Trupequenos, tanta gente... Combinamos o que fazer: Utilizaríamos o desenho da Tathi como mote para uma imagem. E assim foi, após uma atividade com fotos de mais de 10 anos de trabalho, os CATdráticos conseguiram encontrar a Pamela pequena de 2000 e a 2011 em duas fotos distintas. Abri a porta para eles e ouvi, vi e senti o espanto deles quando viram que meus meninos eram a instalação. Sim, era eles, o teatro que eu acredito estava ali, a coisa mais linda e mais pura da minha vida, minha missão e minha transmissão, ali na frente deles. Muitos choravam e olhavam boquiabertos. E foi então que meus cavalinhos foram buscando meus amigos um a um para uns cinco minutinhos de troca de experiência. E lá fiquei eu de expectador daquela cena mágica que eles provocaram. Sim, eles, pois eu só propus, quem embarcou na proposta não fui eu. Foi maravilhoso, de verdade! Aqueles momentos que a gente guarda para a vida inteira. Meus meninos falando do teatro deles para gente que é muito mais fera do que eu, que entende muito mais do que eu, que viveu muito mais do que eu vivi. E estavam sendo ouvidos, os danadinhos. Eles são encantadores. Após o clássico beijo na testa, fui marcando-os de um a um com tinta guache e era marcado por todos em minha roupa toda branca. A cada membro do CAT que me marcava, dizia coisas e ele como se ele fosse um daqueles meninos que já se foram e não estão mais comigo. A mensagem era para correr os ares e atingir o coração dos meus queridos, já não tão pequenos assim. Um a um, até o último.
Durante a conversa ouvi muita coisa. Muito elogio, que agradeço sinceramente, mas pelos quais não posso ser seduzido. Já caí nesta armadilha uma série de outras vezes e desta vez não será assim. "Elogio faz bem, mas não pode cegar..." já dizia Catarina. Sei que não sou herói nem santo, e que meu trabalho é falho em muitos pontos, embora seja recheado de amor, o que sempre o acaba salvando. Agradeço a intenção das palavras e não o conteúdo. Se eu acreditar, posso cair no mesmos erros de outrora e, na verdade, como sempre digo e disse nesta quinta para meus cavalinhos, nosso teatro só é como é porque eles querem que seja assim. De que adiantaria eu querer sozinho. Da mesma forma, a instalação.Talvez tenha funcionado, mas porque as pessoas se propuseram a aceitar a proposta e viajar dentro dela. Foi isso que criou a Magia, não fui eu. O que tinha ali era, Adultos, crianças, adolescentes, um cara de branco, tinta e um desenho na parede. O significado atribuído a tudo é que fez a diferença. Falando em linguagem de PNL: "As pessoas respondem à experiência, não à realidade em si."
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Ecos do CAT (Aula 17)
Nossa! Que sacanagem!
Como é que você toca lá no íntimo da gente como esse vídeo e este texto, Mônica?
Lá fora, poucas vezes se pode fazer isso. Aqui, eu me permito.
Se pudesse, fecharia os olhos e ficaria aqui pelo tempo que fosse. Sorvendo tudo. Sentindo eternamente. Aqui encontro programas para me desprogramar das regras que a rotina e a sociedade me impõem. Experiências, no cotidiano, temos poucas, essa é a regra. Mas por onde andam os programas e exceções por entre as coisas que passam?
Que me perdoem os mestres, mas como é rico trocar com meu colega. É por isso que o intervalo se estende e a conversa de mesa de bar quase me faz perder o metrô. Nesta circunstância limítrofe de tempo e espaço que temos é sempre preciso seguir o curso e o caminho. Caminhar nos leva a algum lugar. Parar e pensar me motiva a andar em direção ao caminho. Tudo é importante. A troca, o andar da carruagem e as atividades propostas, tudo. É que a troca, necessidade constante dos homens, pouco lembrada hoje em dia, nos consome. O Grupo felizmente é bom e dá vontade de ouvir o outro. Penso que estamos quase em Novembro e em Dezembro tudo será saudade ao virar do ano.
Incrivelmente agora faço algo que dificilmente consigo fazer. Mergulho com olhos e pensamento na folha, enquanto meu ouvido permanece conectado às histórias da Barra Funda, canções e sugestões de massagem nos pés.
PAUSA PARA A MASSAGEM
Momento de respirar e absorver a paixão pelo pífano. Será que desta vez aprendo a tocar alguma coisa?
E canto a música que não sai da minha cabeça. Como um pão com queijo e salame regado a coca-cola, bate papo e lembranças da piada da Cotoca.
Lá vem Dona Coluna, com SR. Sácron e os Ilíacos, dois rapazotes simpáticos. Todos vieram dançar ao som do meu pífano, que em minha jukebox mental, toca "dói no peito, às vezes, mas é muito, muito bom...". Sou convidado a entender a lei da ação e reação, empurrar o chão e deixar que o chão me empurre. Em vez de me carregar sobre o planeta, aprendo e me organizar para que o planeta me carregue. Mesmo movimento, menos gasto de energia. Dando ao planeta, recebemos dele.
Massageio, sou massageado, experimento a alavanca, o apoio da coluna no chão para a subida mais eficaz, sem contração abdominal. Fecho os olhos e massageio a pele com o chão. Ele devolve o carinho. Contato, improvisação, corpos de quem não sei... Dançamos silenciosamente. Todos em contato, em improvisação. Viagem interna da qual nem queria retornar. Última coisa que lembro:
"Trabalho, descanso, apoio, esforço, tudo é parte de uma mesma moeda..."
Quero dizer Drummond, e viajo tanto para dentro dos versos, que eles me consomem e perco o fio no meio, perdendo a melhor parte. Tudo bem...
Rola um poema, que a Mônica emprestou do Nietche e belas canções que o Daniel emprestou de alguém que lhe é caro e bom. E assim caminho para o metrô. Lá, eu e minha amiga ainda em silêncio, refletimos em nossas telas mentais, sobre a experiência que ainda ecoará por horas, dias, meses anos...
Como é que você toca lá no íntimo da gente como esse vídeo e este texto, Mônica?
Lá fora, poucas vezes se pode fazer isso. Aqui, eu me permito.
Se pudesse, fecharia os olhos e ficaria aqui pelo tempo que fosse. Sorvendo tudo. Sentindo eternamente. Aqui encontro programas para me desprogramar das regras que a rotina e a sociedade me impõem. Experiências, no cotidiano, temos poucas, essa é a regra. Mas por onde andam os programas e exceções por entre as coisas que passam?
Que me perdoem os mestres, mas como é rico trocar com meu colega. É por isso que o intervalo se estende e a conversa de mesa de bar quase me faz perder o metrô. Nesta circunstância limítrofe de tempo e espaço que temos é sempre preciso seguir o curso e o caminho. Caminhar nos leva a algum lugar. Parar e pensar me motiva a andar em direção ao caminho. Tudo é importante. A troca, o andar da carruagem e as atividades propostas, tudo. É que a troca, necessidade constante dos homens, pouco lembrada hoje em dia, nos consome. O Grupo felizmente é bom e dá vontade de ouvir o outro. Penso que estamos quase em Novembro e em Dezembro tudo será saudade ao virar do ano.
Incrivelmente agora faço algo que dificilmente consigo fazer. Mergulho com olhos e pensamento na folha, enquanto meu ouvido permanece conectado às histórias da Barra Funda, canções e sugestões de massagem nos pés.
PAUSA PARA A MASSAGEM
Momento de respirar e absorver a paixão pelo pífano. Será que desta vez aprendo a tocar alguma coisa?
E canto a música que não sai da minha cabeça. Como um pão com queijo e salame regado a coca-cola, bate papo e lembranças da piada da Cotoca.
Lá vem Dona Coluna, com SR. Sácron e os Ilíacos, dois rapazotes simpáticos. Todos vieram dançar ao som do meu pífano, que em minha jukebox mental, toca "dói no peito, às vezes, mas é muito, muito bom...". Sou convidado a entender a lei da ação e reação, empurrar o chão e deixar que o chão me empurre. Em vez de me carregar sobre o planeta, aprendo e me organizar para que o planeta me carregue. Mesmo movimento, menos gasto de energia. Dando ao planeta, recebemos dele.
Massageio, sou massageado, experimento a alavanca, o apoio da coluna no chão para a subida mais eficaz, sem contração abdominal. Fecho os olhos e massageio a pele com o chão. Ele devolve o carinho. Contato, improvisação, corpos de quem não sei... Dançamos silenciosamente. Todos em contato, em improvisação. Viagem interna da qual nem queria retornar. Última coisa que lembro:
"Trabalho, descanso, apoio, esforço, tudo é parte de uma mesma moeda..."
Quero dizer Drummond, e viajo tanto para dentro dos versos, que eles me consomem e perco o fio no meio, perdendo a melhor parte. Tudo bem...
Rola um poema, que a Mônica emprestou do Nietche e belas canções que o Daniel emprestou de alguém que lhe é caro e bom. E assim caminho para o metrô. Lá, eu e minha amiga ainda em silêncio, refletimos em nossas telas mentais, sobre a experiência que ainda ecoará por horas, dias, meses anos...
Protocolo (Diário de Bordo da Júnia)
Este foi um dos presentes que eu ganhei na semana passada, aquela semana mágica!
PROTOCOLO- Entre por essa porta agora e diga que me adora ou Como mudar a sua
vida em meia hora.
Tenho lembranças da minha
mãe dizendo que eu era uma delicia de vovó da chapeuzinho vermelho,"um
teatro divertidíssimo" disse ela falando da minha performance artística em
alguma festinha de aniversário na minha casa.Eu provavelmente beirava meus
quatro anos, e naquela idade, naquele
momento, eu podia ser tudo o que eu quisesse, até eu mesma. Tudo que eu
via ou tocava se transformava em
estimulo para eu construir o meu castelo
de sinestesias e descobertas.
O tempo foi passando e o
mundo foi mostrando que o "tudo" do mundo estava se fragmentando , se
despedaçando, agonizando na minha frente. E que esses cacos de mundo poderiam
me machucar, eles eram muitos feios e
cortantes, e só seria possível continuar nesse mundo se eu me recolhesse um
pouco, talvez um pouco mais, se secando, não deixando mais pedaços de mim mesma
espalhados, jogados pelo mundo.
Ou seja, cresci, fui pra
escola e descobri que as pessoas não querem
respostas emocionais de você, vivemos em um mundo onde o melhor que fazemos é nos tornarmos muito produtivos de preferência com um capuz, para que nada
nem ninguém rompa esse nosso altar que
conseguimos levantar com muito sangue e suor em função de manter ilesa
a nossa sanidade mental.
E de repente você se vê
não penetrada por nada, absolutamente, as coisas não te tangem e todos os
assuntos que te cercam você já tem uma
tese concebida e muito bem estruturada
para rebater, e ainda da por cima com gestos magníficos, confiantes. E você começa a acreditar que nada é novo
para você, que o mundo não vai mais te ensinar nada.
Mas continua sendo muito difícil não ser
penetrado.Você tem precisa fazer um puta esforço pra uma mão tremendo passar
ileso diante dos seus olho, ou um grito de esperança, uma música cantada em uníssono
não penetrarem seus ouvidos. Ou até ignorar um dedo quentinho que encontrou
exatamente o ponto nas suas costas, que doeu a semana inteira, e que agora é só
alivio.
Meu deus, como é difícil
não ser atravessado! Mas eu estava tentando não ser, doe demais se abrir, se
expor , falar em fraquezas, mostra aquela pinta, contar de um machucado,
questionar. E se eles acharem que eu sou uma mentira? E se eu for uma mentira
de fato?
Mas hoje não teve jeito.
Já no inicio do encontro
aconteceu uma explosão de inquietude e tudo que era mais precioso para o menino
do violão ele coloca na roda, ele mostra tudo pra gente e conta da sua
dificuldade com sua glândulas sudorípara em prantos. Ele me presenteou com o
seu ser mais intimo! E eu, me guardando toda, me recolhendo... Que
injusto!
E de repente pululavam
poesias, frases, contos, relatos, todos
haviam sido atravessados por aquele espetáculo
e estavam comungando daquele estado vivo e genuíno que o menino do violão tinha
se encontrado e nos colocado.
E esse era só o começo do encontro. No meio
das poesias eu pensei,” vou ter que recuperar aquele meu caderno de brochura
que eu escrevia uns suspiros de tristezas e umas descobertas que me acometiam
nos caminhos que eu passava”
Mas eu sabia que recuperá-lo
não ia ser uma tarefa fácil, porque pra escrever nele eu tinha que ser
atravessada por completo.
Recomeça as apresentações,
e o Varlei foi contar a sua história, e
um nada de atenção que eu prestasse nas
suas palavras já me remetia
àquele estado de encantamento que só é possível alcançar se você se
deixa ser atravessada. Pois é, tudo que ele dizia eu me questionava, eu
pensava, “mas caramba Varlei você tem lutar por melhor condição de trabalho”,
meu deus, “mas você fazia isso na hora do almoço, e o seu salário?” E a cada
questionamento, que me são muito caros, ele me apresentava o final daquela saga
e derrubava a minha aflição trazendo um
final de superação e esperança para as pessoas que ele apresentou as coisas
mais preciosas que ele tinha.
No final de cada projeto
que ele contava, ele dizia que tinha sido sucumbido pelo sistema e que já não
tinha forças para continuar!! Mas no momento da sua estada nessas escolas o seu
único caminho era resistir e tentar construir um caminho de sementes, para quem
sabe um dia elas florescerem, e floresceu, muito, ele fez uma floresta! Ele fez
a diferença!
Esse relato, e os outros que seguiram me colocaram em um estado de alerta, porque
boa parte das minhas crenças estavam sendo demolidas, naquele instante. O
Varlei lutou contra o sistema sozinho, ele fez fendas irreparáveis nessa
burocracia indigna.” Caramba, Varlei, o que eu faço agora?” Agora que eu sei que a luta tem que acontecer também no âmbito
do olho no olho.
Varlei na verdade, o
que eu preciso entender, com palavras
simples, é: como que eu construo um
trovador mirim bem grande e bem forte, para que ele possa combater os meus
discursos inflamados e retóricos, minha insegurança, para que ele construa uma
ponte encima do lago que mora o peixe vivo, para que este peixe me mostre que fazer a diferença é atravessar a ponte, acreditando
que no final dela existe uma cachoeira de labareda, e que do lado da cachoeira tem um moço muito
bonito de nome Welligton afirmando que eu posso entrar na cachoeira, tranqüila,
porque ela nunca vai queimar enquanto a gente não quiser que queime.
Enfim, eu quero ser
atravessada, eu desejo transformar em
meia hora, mesmo que todo esse sistema diga que isso não é possível. E por fim
eu queria que vocês soubessem que eu adoro entrar por aquela porta.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Ecos do CAT (Aula 16)
Hoje foi dia de PROVOCAÇÃO PEDAGÓGICA Nº 3. Foi demais. A Maria Tendlau é ótima e acrescenta muito. Foi o último encontro com ela. Fiquei com gosto de quero mais. Pena que tenho pouco tempo para ecoar as reflexões aqui hoje.
- Das vantagens de ser bobo - Clarice Lispector - Texto lido pela Mônica. O link e o texto vão no final.
- Duas pessoas (Vanessa e Jô) se dispuseram a dar oficinas no Mostra a Cara. Aeeee
Mas vamos às provocações, às rotinas e as frases que me despertaram:
Fizemos um programa com 5 atividades. Eu fiz a do gelo: cinco pessoas de mãos dadas, com gelo entre as mãos durante 5 minutos, a fim de derreter o gelo. Foi punk, bem dolorido, principalmente no final. Passei mal. O segundo programa consistia em 3 pessoas tirarem alternadamente objetos de suas bolsas pessoais. O terceiro era 3 pessoas ficarem de ombro a ombro, sorrindo por 5 minutos ininterruptos. O quarto era feito por 4 pessoas. Cada uma deveria descrever seu quarto ininterruptamente e todos juntos. O quinto, duas duplas deitavam uma sobre a outra e tínhamos de observar as reações.
Pela descrição pode parecer que são coisas idiotas, mas são de uma força absurda.
Alguns apontamentos:
- "Que o programa desprograme!". Tudo a ver com o trabalho de flash mobs que fiz com os meninos.
- Programa: Enunciado de ações: (ação, risco, experiência)
Exercício de recortes de texto. Fazer o mesmo com o projeto do PRIMAVERAS!
- "De nada, nada virá." - Peça didática de Brecht
Tempo estabelecido do programa.
Trabalhar com textos não dramáticos e criar discurso a partir de qualquer material.
Contar a história, refletir sobre ela ou desconstruí-la?
Ampliar a capacidade da pessoa para construção do discurso para que se possa ler o mundo.
- Das vantagens de ser bobo - Clarice Lispector - Texto lido pela Mônica. O link e o texto vão no final.
- Duas pessoas (Vanessa e Jô) se dispuseram a dar oficinas no Mostra a Cara. Aeeee
Mas vamos às provocações, às rotinas e as frases que me despertaram:
Fizemos um programa com 5 atividades. Eu fiz a do gelo: cinco pessoas de mãos dadas, com gelo entre as mãos durante 5 minutos, a fim de derreter o gelo. Foi punk, bem dolorido, principalmente no final. Passei mal. O segundo programa consistia em 3 pessoas tirarem alternadamente objetos de suas bolsas pessoais. O terceiro era 3 pessoas ficarem de ombro a ombro, sorrindo por 5 minutos ininterruptos. O quarto era feito por 4 pessoas. Cada uma deveria descrever seu quarto ininterruptamente e todos juntos. O quinto, duas duplas deitavam uma sobre a outra e tínhamos de observar as reações.
Pela descrição pode parecer que são coisas idiotas, mas são de uma força absurda.
Alguns apontamentos:
- "Que o programa desprograme!". Tudo a ver com o trabalho de flash mobs que fiz com os meninos.
- Programa: Enunciado de ações: (ação, risco, experiência)
Exercício de recortes de texto. Fazer o mesmo com o projeto do PRIMAVERAS!
- "De nada, nada virá." - Peça didática de Brecht
Tempo estabelecido do programa.
Trabalhar com textos não dramáticos e criar discurso a partir de qualquer material.
Contar a história, refletir sobre ela ou desconstruí-la?
Ampliar a capacidade da pessoa para construção do discurso para que se possa ler o mundo.
O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar no mundo.
- O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando."
- Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a idéia.
- O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem.
- Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas.
- O bobo ganha liberdade e sabedoria para viver.
- O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes o bobo é um Dostoievski.
- Há desvantagem, obviamente: Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era a de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro.
- Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa fé, não desconfiar, e portanto estar tranqüilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado.
- O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo nem nota que venceu.
- Aviso: não confundir bobos com burros.
- Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a frase célebre: “Até tu, Brutus?"
- Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!
- Os bobos, com suas palhaçadas, devem estar todos no céu.
- Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.
- O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos.
- Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos.
- Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham vida.
- Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem.
- Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita o ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!
- Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cimas das casas.
- É quase impossível evitar o excesso de amor que um bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.
- O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando."
- Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a idéia.
- O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem.
- Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas.
- O bobo ganha liberdade e sabedoria para viver.
- O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes o bobo é um Dostoievski.
- Há desvantagem, obviamente: Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era a de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro.
- Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa fé, não desconfiar, e portanto estar tranqüilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado.
- O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo nem nota que venceu.
- Aviso: não confundir bobos com burros.
- Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a frase célebre: “Até tu, Brutus?"
- Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!
- Os bobos, com suas palhaçadas, devem estar todos no céu.
- Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.
- O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos.
- Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos.
- Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham vida.
- Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem.
- Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita o ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!
- Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cimas das casas.
- É quase impossível evitar o excesso de amor que um bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Ecos do CAT (aula 15)
Descrição:
Pandeiro com o Majó. Aprendi o toque de capoeira.
Música do Emerson com piano. Ficou bonito.
Instalação do Daniel: Poesia, terra, rua, música, dança e poesia. Interação com a cidade.
Bom, já descrevi para não esquecer. Durante a aula escrevi quatro poemas. E lá vão os três!
LÍNGUASOLTA
Não paro
não me calo.
Falo até fazer
calo
na língua
e na voz.
Falo em grupo e
a sós
comigo mesmo
pela rua
pela casa
minha e tua
pela escola
dia e noite afora.
PINTA O SOM
Era um menino
que desenhava sons no espaço.
Com palavras sabor manga
coloriu de sonoridade
o frio concreto da cidade
Os grafites de altos muros
mergulharam nas colunas comuns
e dançaram.
Pranto amarelo traduzido em som
alquimia de cores
leva quem ouviu
pelos metrôs, trens
escadas rolantes
elevadores
de sensações...
TERRA, RUA E TAMBOR
Circula, espirala
serpenteia dentro de mim
a energia da terra quente
e molhada.
Vibra intenso
Cessa o movimento
corriqueiro.
Olhos de quem via e não enxergava
voltam à vida então...
Lirismo que rasga convenções
Encarnação do Divino
que há no um e no todo
do ínfimo que me antecede
e que também é meu.
(Sem título)
Então CAT
CAT de volta seu lirismo esquecido
Aquele que você procurava
e veio encontrar aqui,
fora de casa.
CAT, mas não prenda!
espalhe em cada canto
cada espaço
cada fenda
e fresta.
"Resgat" o trovador esquecido.
CAT Agora! Está solto
no ar, no som, no solo...
É pra você!
Vai deixar passar?
Pandeiro com o Majó. Aprendi o toque de capoeira.
Música do Emerson com piano. Ficou bonito.
Instalação do Daniel: Poesia, terra, rua, música, dança e poesia. Interação com a cidade.
Bom, já descrevi para não esquecer. Durante a aula escrevi quatro poemas. E lá vão os três!
LÍNGUASOLTA
Não paro
não me calo.
Falo até fazer
calo
na língua
e na voz.
Falo em grupo e
a sós
comigo mesmo
pela rua
pela casa
minha e tua
pela escola
dia e noite afora.
PINTA O SOM
Era um menino
que desenhava sons no espaço.
Com palavras sabor manga
coloriu de sonoridade
o frio concreto da cidade
Os grafites de altos muros
mergulharam nas colunas comuns
e dançaram.
Pranto amarelo traduzido em som
alquimia de cores
leva quem ouviu
pelos metrôs, trens
escadas rolantes
elevadores
de sensações...
TERRA, RUA E TAMBOR
Circula, espirala
serpenteia dentro de mim
a energia da terra quente
e molhada.
Vibra intenso
Cessa o movimento
corriqueiro.
Olhos de quem via e não enxergava
voltam à vida então...
Lirismo que rasga convenções
Encarnação do Divino
que há no um e no todo
do ínfimo que me antecede
e que também é meu.
(Sem título)
Então CAT
CAT de volta seu lirismo esquecido
Aquele que você procurava
e veio encontrar aqui,
fora de casa.
CAT, mas não prenda!
espalhe em cada canto
cada espaço
cada fenda
e fresta.
"Resgat" o trovador esquecido.
CAT Agora! Está solto
no ar, no som, no solo...
É pra você!
Vai deixar passar?
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Ecos do CAT (Aula 14)
Onde está o meu lirismo? Pego o note para ecoar o CAT e a poesia se sempre se esvai. Faz tempo que está este esconde-esconde. E não sei se por sono, falta de paciência ou vontade de brincar, ela sempre ganha. Mas hoje não vai ganhar. Hoje preciso da senhora, velha amiga. Trate de vir aqui, sentar do meu lado e ler comigo o que eu vou contar. Não tenho muito tempo para te procurar, então larga desse jogo e senta aqui do meu lado. Você, que existe desde que o homem é homem capaz de olhar o mundo como criança, brincar com a palavra solta da boca. Você que é velha, mas tem a coluna ereta, sem nós e tem uma flexibilidade invejável.
Olha, vamos fazer o seguinte. Não acho certo eu acabar com sua alegria de menina. Pode continuar escondida onde quiser. Vou contando em voz alta e te procurando, quem sabe você me ouve e aparece.
Embora a roda fosse igual, a energia circulava diferente. Qualquer coisa encantada pairava no ar... Não acredito que era você. Safadinha, está se divertindo. Foi tudo culpa sua. Visitou a Júnia, se aproximou do notebook dela, fez-me chorar com a reflexão que ela escreveu e com as coisas que escreveu pra mim. Então foi por isso que senti algo de familiar naquele texto? Foi por isso que me tocou tanto? Pera aí, depois veio a Mônica com o Leminski, o Daniel com o pessoa a música do Emerson outra vez e você nem avisa. Nem pra dizer um "Oi, Tô Aqui!", um tchauzinho só que seja. Poxa vida...
Deixa eu adivinhar: Lá estava você no aquecimento da Cordélia e nos dorémis do Lincoln. Estou sacando qual é a tua.
Quantas bolachas você comeu? Quantos copos de chá? Ouvi a Rebeca dizer que acabou rápido, quase num passe de Mágica. Depois a senhora se acometeu do Daniel novamente, revelando seu lado faceiro e nos fez chorar de rir com a imitação do Majó e do William. Engraçado o que você fez? Como diria o Majó: "Engraçado porra Ninhua". Quando for assim avisa!
A Tica chegou e eu morrendo de medo de dar outro vexame. Mas a aula foi doce. Agora entendi porque senti-me daquele jeito quando respirei fundo. Era você subindo minha coluna pela parte de trás e descendo pela parte da frente. E nas rotações. Foi demais quando muitos amigos gritavam meu nome dizendo "Vai, Varlei! Arrasa!". Senti-me acolhido e protegido. Não sei mais porque estou contando se você já sabe de tudo... Ainda bem que terminei...
Estou com o corpo moído. Não sei se pelo cansaço de escrever todo dia, tenho me esquecido de te procurar. Mas olha só você aqui dentro de mim de novo. Mas agora que te encontrei, não sei se quero mais escrever. Estou com sono, velha amiga! Quero deitar e descansar. A cama está quentinha e confortável. Você bem que poderia me acompanhar nesta soneca.
Desculpa não ter reparado em você. Às vezes isso acontece. Não tenho a tua sabedoria. Um dia terei seus olhos e nada me passara despercebido. Prometo que nunca mais vou mandar parar o esconde-esconde. Preciso mesmo é treinar o meu olhar para te encontrar em todo o canto, que agora eu descobri. Você está onde eu puder te ver. Só agora entendo o poema que escrevi para você no "Pavê de Poesia e outros Poemas Gostosos", livro para crianças que ainda vou publicar um dia.
Amizade estranha
Tenho uma amiga tão estranha.
Não sei o que acontece.
Se quero brincar, ela some;
se estou com sono, ela aparece.
No meio da aula ela vem
me chamando para brincar.
Quando a procuro, não encontro,
não sei onde foi parar.
Mas com ela vou brincando
sem perder a alegria.
Seja noite, seja dia
vou perdendo e encontrando
me escondendo e procurando
minha amiga poesia.
2002
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Ecos do CAT (Aula 13)
13ª Aula: 13 dá azar? Que nada...
Dia em que a poesia rolou solta. Em todos os sentidos. No relatório (diário de bordo) da Pri, na Música do Emerson, nos poemas lidos pela Mônica, Cordélia e pelas lágrimas da Rebeca. Será que esqueci de alguém.
Esqueci de falar que cogitamos ir assistir a uma palestra no Centro Cultural São Paulo, mas preferimos ficar. Ainda bem.
Como é empolgante, como é maravilhoso ouvir as pessoas e suas histórias. Ri demais com a história do William, o cara firmeza da quebrada, que começou a fazer teatro por causa de um trabalho de conclusão de curso do Técnico em Administração. Muitas aventuras no corredor da escola, da turma que foi expulsa de quatro locais da mesma escola. hahahaha
Depois fui eu e contei minha história. Acho que a galera gostou. Fiquei bem nervoso.
E lá foi o Alexandre contar sua historia também. Que coisa linda e tocante a trajetória dele.
O Emerson foi o último e fechou a aula com chave de ouro. Momentos divertidos e um final de arrancar o coração com a história de um aluno de seu grupo de saúde mental, que se suicidou após a prefeitura cancelar o projeto do grupo.
Peço desculpas por não conseguir descrever aqui toda a atmosfera poética. Decidi ser bem técnico na descrição, já que mesmo se eu quisesse, não conseguiria retransmitir a beleza do momento.
Saí muito melhor do que eu entrei. E olha que não entrei mal. Muito obrigado, CATDRÁTICOS!
Dia em que a poesia rolou solta. Em todos os sentidos. No relatório (diário de bordo) da Pri, na Música do Emerson, nos poemas lidos pela Mônica, Cordélia e pelas lágrimas da Rebeca. Será que esqueci de alguém.
Esqueci de falar que cogitamos ir assistir a uma palestra no Centro Cultural São Paulo, mas preferimos ficar. Ainda bem.
Como é empolgante, como é maravilhoso ouvir as pessoas e suas histórias. Ri demais com a história do William, o cara firmeza da quebrada, que começou a fazer teatro por causa de um trabalho de conclusão de curso do Técnico em Administração. Muitas aventuras no corredor da escola, da turma que foi expulsa de quatro locais da mesma escola. hahahaha
Depois fui eu e contei minha história. Acho que a galera gostou. Fiquei bem nervoso.
E lá foi o Alexandre contar sua historia também. Que coisa linda e tocante a trajetória dele.
O Emerson foi o último e fechou a aula com chave de ouro. Momentos divertidos e um final de arrancar o coração com a história de um aluno de seu grupo de saúde mental, que se suicidou após a prefeitura cancelar o projeto do grupo.
Peço desculpas por não conseguir descrever aqui toda a atmosfera poética. Decidi ser bem técnico na descrição, já que mesmo se eu quisesse, não conseguiria retransmitir a beleza do momento.
Saí muito melhor do que eu entrei. E olha que não entrei mal. Muito obrigado, CATDRÁTICOS!
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Ecos do CAT (Aula 12)
Bora lá ecoar a décima segunda aula.
Bastante reflexão, mas pouca coisa em palavras, creio eu.
Bastante reflexão, mas pouca coisa em palavras, creio eu.
Aula do Lincoln: Leitura de um trecho do livro "Os cocos" de Mário de Andrade. Muito bom conhecer o lado pesquisador do autor de Macunaíma. Gostei demais. Fiquei curiosíssimo pela história de Chico Antônio, um mestre do Coco. Preciso preciso ver se encontro o filme "Chico Antônio, um herói com caráter." Criação das músicas através dos escritos do grafite. É interessante perceber como cada um de nós trabalha em grupo. Neste momento, prefiro ceder a procurar um embate de idéias desnecessário. Nossa apresentação foi, digamos, não muito assertiva, mas o mais importante é o processo.
Instalação do Alê: O Contraste entre a violência infantil e a alegria do circo, que remeteu alguns à infância. Subi para a brincadeira e me vesti de guerreiro, com uma espada na mão. Senti-me um Dom Quixote. Não conseguia tirar dos olhos a visão dos problemas e da violência infantil. Enquanto os outros brincavam, apontava minha espada em direção da platéia, onde estavam as informações violentas.
Durante a reflexão senti-me um pouco incomodado. Tenho sentido que as discussões em certo momento tornam-se redundantes, o que me faz perder o foco. Pode ser uma impressão pessoal.
E, não sei, em contraste com a última aula, senti-me não tão bosta assim. Passei até a gostar mais de mim após o dia de hoje. Às vezes pareço um peixe fora d´água, é verdade. Nada demais. É um estranhamento bom e até necessário para mim. Sabe quando a gente viaja para lugares maravilhosos e passamos a gostar mais ainda de nossa casa quando retornamos? Pois é... Acho que amanhã chegarei com esta sensação ao ensaio do Brinquedo Torto. É bom conhecer outros mundos, mas voltar para casa é maravilhoso.
Assinar:
Postagens (Atom)