domingo, 14 de agosto de 2011

Uma reflexão sobre minha Nárnia, meus Pervensie e um pouco mais.


Já perdi a conta de quantas vezes postei este vídeo no orkut, twitter e facebook. Trouxe-o para meu blog agora a fim de utilizá-lo para uma descarga emotiva. 

No final do ano passado descobri, depois de passar anos ouvindo que eu "tinha que assistir", As Crônicas de Nárnia, série de sete livros escritos por C. S. Lewis, que viraram filme. Apaixonei-me por esta estória de um mundo fantástico, paralelo ao nosso mundo, onde crianças da terra são levadas a diversas aventuras. Isso para resumir de forma bastante simplista toda a estória e todo o universo. 

Os Pervensie, quatro irmãos (Lucia, Suzana, Pedro e Edmundo), encontram Nárnia através de um guarda-roupa,  conhecem o local vivem aventuras, voltam para a terra e acabam retornando a Narnia para novas aventuras. Em "Príncipe Cáspian", quarta crônica e segundo filme, Suzana e Pedro, os irmãos mais velhos, descobrem que não poderão mais voltar e ficarão, a partir de então, na terra, por já terem aprendido tudo o que Nárnia podia tê-los ensinado.

O vídeo abaixo mostra a volta dos quatro para a Terra. A música é linda, as imagens para mim são significativas demais e deveras tocantes. Pude ver no terceiro filme, "A viagem do Peregrino da Alvorada", a despedida de Lúcia e Edmundo. E também doeu em mim. Mesmo sabendo que viria um novo herói para a trama, Eustáquio, o Bravo. Por mais que Eustáquio seja legal, não há como substituir a presença dos quatro primeiros, os Pervensie. 

Descobri que eu talvez more numa Nárnia. As pessoas passam por um guarda-roupa, ou um quadro com um navio começa a jorrar água e como num piscar de olhos, surgem crianças, jovens, grande heróis do meu mundo, vivem batalhas, vão e voltam e num determinado momento não podem mais voltar. E se, pelo menos, eu tivesse a sabedoria de um leão Aslam, uma espécie de Deus, até Jesus, daquele mundo, saberia lidar com a despedida de meus Pervensie. Mas estou longe de ter esta sabedoria. E cada vez que o portal de minha Nárnia se abre, e meus meninos se vão, é como se minha terra voltasse para as mãos da Feiticeira Branca. Outros heróis sempre chegam e novas Lúcias, Suzanas, Pedros e Edmundos alegram demais a minha vida. Mas cada um que se vai deixa sempre um buraco, um vazio um frio e um medo terrível da Feiticeira, de Miraz e do desconhecido que minha fantástica terra sempre encerra. 

Hoje mais uma vez, como no vídeo abaixo, abre-se o portal, e alguém deixa Nárnia e retorna a terra. Fica em mim um choro que precisava ser solto nesta noite de domingo, sem o qual o desabafo não seria total. Fica também a alegria de saber que outros Pervensie virão e espero que seja sempre assim. Que eu cuide da Nárnia muito bem, para que haja sempre belas aventuras e que, como acontece nos filmes, os meninos queiram ficar, embora tenha de ir embora. E para quem está neste momento, vivendo as aventuras desta terra fantástica, espero que eu possa fazer o melhor para que sua estadia seja inesquecível. 

E para mim, fica a lição de que a estadia em Nárnia sempre termina. E que preciso cada vez mais aprender a desapegar. Mas é difícil, e dói. Dói muito.