domingo, 24 de abril de 2011

Olhando para trás

Hoje, se pudesse, voltaria atrás em todas as discussões que tive. Não importa o grau, se estava certo ou errado,  nem mesmo o quanto eu fora magoado. Se pudesse, voltaria atrás.

Não sei se posso chamar isso de arrependimento. Quem sabe... Alguns diriam agora "bem feito" ou "eu não disse?", "aqui se faz aqui se paga"; outros diriam "não seja trouxa", "não deixe que te enganem", "não leve desaforo para casa", "não é justo"; talvez até "tenha calma", "vai passar". Não importa. Seja qual fosse a circunstância, desde meu erro mais grave, até minha luta mais justa, voltaria atrás neste momento.

Ando tão desapontado com uma série de coisas que às vezes penso que nada do que eu fiz valeu a pena. Nada teve sentido, nada foi sensato. Quanto tempo perdi com coisas que não valiam a pena. Perguntarão: mas todas eram inúteis? Não sei. O fato é que, descontente com os meus resultados atuais, busco no passado razões e motivos para tal.

Hoje sinceramente não sei se sou o cara legal que era há 15 anos atrás. Hoje duvido de minha capacidade, de minha inteligência, venho até mesmo duvidando que sou uma companhia agradável. Olho para trás no túnel do tempo e tudo o que vejo são momentos que gostaria de ter apagado da memória. Pior que isso: momentos que eu definitivamente não gostaria de ter vivido.

Eu, obra de mim mesmo. Personagem que escrevi e que não posso controlar. Queria eu fazer parte de minha dramaturgia. Escreveria um outro final. Outro meio, talvez outro início. Dirão que podemos "recomeçar e escrever um novo fim". Discordo. Tudo nos acompanha. Somos consequência do que fomos. E se sou isso, definitivamente não fui muito bom.