terça-feira, 25 de outubro de 2011

Ecos do CAT (Aula 17)

Nossa! Que sacanagem!

Como é que você toca lá no íntimo da gente como esse vídeo e este texto, Mônica?

Lá fora, poucas vezes se pode fazer isso. Aqui, eu me permito.

Se pudesse, fecharia os olhos e ficaria aqui pelo tempo que fosse. Sorvendo tudo. Sentindo eternamente. Aqui encontro programas para me desprogramar das regras que a rotina e a sociedade me impõem. Experiências, no cotidiano, temos poucas, essa é a regra. Mas por onde andam os programas e exceções por entre as coisas que passam?

Que me perdoem os mestres, mas como é rico trocar com meu colega. É por isso que o intervalo se estende e a conversa de mesa de bar quase me faz perder o metrô. Nesta circunstância limítrofe de tempo e espaço que temos é sempre preciso seguir o curso e o caminho. Caminhar nos leva a algum lugar. Parar e pensar me motiva a andar em direção ao caminho. Tudo é importante. A troca, o andar da carruagem e as atividades propostas, tudo. É que a troca, necessidade constante dos homens, pouco lembrada hoje em dia, nos consome. O Grupo felizmente é bom e dá vontade de ouvir o outro. Penso que estamos quase em Novembro e em Dezembro tudo será saudade ao virar do ano.

Incrivelmente agora faço algo que dificilmente consigo fazer. Mergulho com olhos e pensamento na folha, enquanto meu ouvido permanece conectado às histórias da Barra Funda, canções e sugestões de massagem nos pés.

PAUSA PARA A MASSAGEM

Momento de respirar e absorver a paixão pelo pífano. Será que desta vez aprendo a tocar alguma coisa?

E canto a música que não sai da minha cabeça. Como um pão com queijo e salame regado a coca-cola, bate papo e lembranças da piada da Cotoca.

Lá vem Dona Coluna, com SR. Sácron e os Ilíacos, dois rapazotes simpáticos. Todos vieram dançar ao som do meu pífano, que em minha jukebox mental, toca "dói no peito, às vezes, mas é muito, muito bom...". Sou convidado a entender a lei da ação e reação, empurrar o chão e deixar que o chão me empurre. Em vez de me carregar sobre o planeta, aprendo e me organizar para que o planeta me carregue. Mesmo movimento, menos gasto de energia. Dando ao planeta, recebemos dele.

Massageio, sou massageado, experimento a alavanca, o apoio da coluna no chão para a subida mais eficaz, sem contração abdominal. Fecho os olhos e massageio a pele com o chão. Ele devolve o carinho. Contato, improvisação, corpos de quem não sei... Dançamos silenciosamente. Todos em contato, em improvisação. Viagem interna da qual nem queria retornar. Última coisa que lembro:

"Trabalho, descanso, apoio, esforço, tudo é parte de uma mesma moeda..."

Quero dizer Drummond, e viajo tanto para dentro dos versos, que eles me consomem e perco o fio no meio, perdendo a melhor parte. Tudo bem...

Rola um poema, que a Mônica emprestou do Nietche e belas canções que o Daniel emprestou de alguém que lhe é caro e bom. E assim caminho para o metrô. Lá, eu e minha amiga ainda em silêncio, refletimos em nossas telas mentais, sobre a experiência que ainda ecoará por horas, dias, meses anos...






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