quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Ecos do CAT (Aula 9)

Fui como sempre para São Paulo, ouvindo Gabriel o Pensador, coisa que já tem virado rotina. Um aperto grande no peito e uma vontade de chorar.

Sou um grão de areia no olho do furacão
Em meio a milhões de grãos
Cada um na sua busca, cada bússola num coração
Cada um lê de uma forma o mesmo ponto de interrogação
Nem sempre se pode ter fé
Quando o chão desaparece embaixo do seu pé
Acreditando na chance de ser feliz
Eterna cicatriz
Eterno aprendiz das escolhas que fiz
Sem amor, eu nada seria
Ainda que eu falasse a língua de todas as etnias
De todas as falanges, e facções
Ainda que eu gritasse o grito de todas as Legiões
Palavras repetidas
Mas quais são as palavras que eu mais quero repetir na vida?
Felicidade, Paz, Fé...
Felicidade, Paz, Sorte
Nem sempre se pode ter Fé, mas nem sempre
A fraqueza que se sente quer dizer que a gente não é forte



 Todo ser humano tem direito a ser alguém e tem direito a ter um bem do bom e do melhor.
Melhor pra todos nós se todo ser humano tem direito à sua vez e tem direito à sua voz.
Padres e mendigos, freiras, prostitutas, todos são iguais, todos têm direito à paz, todos têm direito à luta.
Direito e dever de saber e de ver e fazer acontecer.
Todos têm direito de mudar!
Nem todos que sonharam conseguiram, mas pra todos conseguirem todos têm que ter a chance de tentar.
Não tem pra ninguém!
Mas tem que ter pra todo mundo e pra mim também!



Almocei um risoto gostoso e fui para a aula do Lincoln. Confesso que fiquei meio perdido com o trabalho de percepção musical, principalmente com o o tal do modo mixolídio. Mas nada que não consiga pegar. Foi só o desespero da hora. Gosto muito de cantar e se pudesse, estudaria canto. Estou mais familiarizado com o coco do que o samba no pandeiro.

Instalação do William. A margem, a periferia, o rap, imagens e nossos corpos jogados ao chão. Percebi que eu não preciso me envolver emocionalmente com a instalação. Acho que às vezes é até bom ver olhares diferentes e poder se transformar com a visão do outro.

No meio da aula veio o texto que se segue:

" Tem gente sofrendo por aí. A realidade é dura. Eu já sofri demais nessa porra de vida. Já odiei, já quis matar,  já mandei gente à merda e quis anular meu voto, voltar atrás e voltar em outro, não votar, não comprar roupa de marcar, não comer no Mac Donald´s, não tomar coca-cola, não comer carne. Tenho ideologia, quero a sociedade melhor e sofro com minha condição, minha falta de renda, meu excesso de trabalho e contas pra pagar, meu futuro e o futuro dos meus futuros filhos.

E eu posso fazer o quê? Posso olhar nos olhos dos meninos, dar-lhes um beijo na testa, um abraço bem apertado, fazer o meu melhor a cada aula, permitir que eles se emocionem  quando o mundo pede que eles sejam duros...."

É por aí. Aos poucos, vou conhecendo melhor cada um dos meus amigos e gostando mais de suas histórias e ficando um pouco mais humanamente rico com a história deles.

Valha-me, Pensador

Fui Pixote, sei andar na escuridão
Enfrentar moinho, derrubar dragão
Cavaleiro Andante, sei andar sozinho
Dom Quixote não tem medo de alucinação
Desde o saco do meu pai tô na batalha
Não nasci pra ser esparro de canalha! 

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