domingo, 11 de março de 2012

Começando a sair do quadrado

Diário de Bordo nº 1 - Turma de Iniciação teatral - Ponto de Cultura da Umes

Começar é sempre bom. Tem o medo do novo, eu sei, um certo frio na barriga parecido com o que sentimos numa estreia. E é essa sensação que me faz continuar a fazer teatro. 

São novos rostos, olhares tímidos, cada um no seu quadrado esperando o que virá. quem são os colegas e o que se vai fazer. 

Duas pessoas chegam, ficam descalças, devem ser os professores. "Ai, meu Deus! Vou ter que tirar também? E se eu tiver chulé?". "Vem sentar aqui com a gente! Vamos fazer um círculo!". "O quê? Sair do meu quadrado? Está tão bom aqui, tenho medo da roda. Ela é tão... redonda, próxima, quente. Ai, meu Deus outra vez..." 

Mas aos poucos, um comentário, uma risada, uma pida, uma história, nos conduzem a um tapete mágico. Aí é risada, vento no rosto ondeando os cabelos, exceto dos carecas, e a alegria se instaura. Brincamos, porque brincar é preciso, não apenas necessário; faz um bem danado. Faz pingar suor do rosto. Acho que é hora de uma água. 

E a pausa mantém ainda mais viva a chama recém acesa. Pequena troca de contatos via facebook e pimba, estamos conectados. Outro click, dessa vez na mente, me induz ao transe; subo na árvore e como uma fruta, minha boca se enche de suco. Relaxar é bom. Massagem então, minha nossa! Massagens e sons e então... 

Que horas são? Quase 17:30, hora da partilha. Novamente o círculo, olhos nos olhos, estou com a palavra. Mal posso esperar a próxima segunda. 
De pé. Beijo na testa, grito, abraço nos amigos. "Pera aí: onde está meu quadrado?". Perdeu as arestas; E volto para casa redondo, feliz demais com as pontas arredondadas.  


Nenhum comentário: