domingo, 12 de abril de 2009

Um domingo qualquer sem chocolate

Domingo de páscoa. Momento para muitos de celebração, de comer chocolate, de almoçar com a família, de coisas boas e/ou ruins. Para mim, apenas mais um domingo. Domingo que tirei para descansar e não fazer absolutamente nada sem comer nenhum ovo de páscoa. Momentos como este são importantíssimos para mim já que na maioria do tempo eu faço muitas coisas e muitas delas ao mesmo tempo. 

Mas é natural num momento como este, fazer uma série de reflexões. Abri esta caixa de postagem sem saber exatamente o que escrever, mas acho que agora vem-me uma pequena idéia do que pode ser dito. Antes de qualquer coisa, sobre a pessoa que, supostamente é motivo das festividades do dia de hoje. Jesus, não vou chamá-lo de Cristo ou Senhor. Apenas Jesus, um simples filho de carpinteiro que deixou para a humanidade uma série de ensinamentos, cujo valor não se deve ser medido por este ou aquele credo. O legado de Jesus é muitíssimo maior do que os dogmas das igrejas cristãs, sejam elas de que corrente forem (católicas, protestantes, ortodoxas, etc). Muito se diz sobre ele, mas o que mais me fascina não é o "Jesus Cristo", é o Jesus homem, ser humano, um cara, pelo que me parece, muito mais legal do que diz a bíblia ou os filmes que contam sua história. Vejo este "cara" como alguém fascinante, encantador, simples, o maior de todos os professores.  Deste cara sim eu gosto, não daqueles que costumam me mostrar na igreja ou nos filmes. Acho que este cara diria para a grande maioria de crianças que ganharam ovos e ovos que durarão semanas para serem consumidos: "Menino (a), procure uma criança pobre de sua idade e lhe ofereça um dos ovos que você ganhou, ou pelo menos um pedacionho dele. Nem precisa dizer que foi em meu nome. Aliás, é mais bonito que seja por sua própria vontade e não porque eu lhe pedi." 

Espero um dia propor esta minha reflexão aos meus filhos. 

É engraçada a minha relação com a espiritualidade. Não sou de religiões ou rituais. Não costumo parar para rezar, não como outras pessoas fazem.  Mas não sei, de certa forma, me sinto um pouco espiritualizado. Nem sei explicar, mas alguns momentos me sinto muito próximo de Deus. Outras sinto falta da companhia dele, mas como até hoje não encontrei nenhum ritual que me aproxime dele de uma forma que me deixe á vontade ou que me faça sentir realmente próximo, me sinto sozinho. É minha busca também. Estou em busca de uma espiritualidade que não conheço, mas que sei, está ligada à arte. Aliás, todos os momentos que me senti próximo de Deus foram momentos em que a arte e o próximo estavam presentes, sem que eu estivesse dentro de um templo qualquer. Como explicar? Há apenas uma forma de espiritualidade? Todos os outros vão para o inferno? Acho muito cruel para ser divino. 

Não me considero muito "cristão" por não acreditar em muitas das coisas pregadas pela "cristandade", mas sou alguém que gosta muito de Jesus e acha ele um cara muito legal. Minha páscoa foi feliz. Descansei, refleti e recarreguei as baterias para carregar as cruzes do meu dia-dia, cruzes que eu escolhi e as levo de bom grado, mas que não deixam de ser pesadas. Não comi um ovo de páscoa e não me fez nenhuma falta. Mas não sei, estou feliz no dia de hoje sem saber de fato o motivo. Vai saber se não é algo que esse "cara lega" fez vibrar em meu coração. Para ele, vai o meu abraço! Muitíssimo carinhoso!



4 comentários:

.:: Roberta Conde ::. disse...

Você e suas palavras me fascinam.

Pam disse...

Poutz...queria pensar igual você!!!me ensina pai?

.:: Roberta Conde ::. disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Varlei Xavier disse...

Lindas!