quarta-feira, 17 de abril de 2013

Carne de Língua (Diário de Bordo do Curso de Formação de Contadores de Histórias) Aula 4 - Teatro e Narração


Ansioso e atrasado, roupa de guerra e simbora trabalhar. Aula prática: momento de experimentar. Roda de massagem providencial: acordara com dor no pescoço e durante o caminho, senti uma fisgada na coluna. Aquela respirada fundo que alivia, ufa! melhorou!

Percebam que eu já cheguei chegando e história não teve "era uma vez". Assim é, vez por outra, quando a gente tem intimidade. E senti-me bastante íntimo do assunto e da prática da professora Simone Grande (sem trocadilhos).

Nosso nome foi nossa primeira história. Sensacional como cada um coloca um pouco de si nessa curta narrativa. E mais uma vez fica claro: escuta é fundamental. Tudo é possível, qualquer coisa é inaceitável! Como você diz seu nome? Como conta a essa história? É preciso saber como começar.

E assim, fomos aos poucos trocando de lugares, ao falarmos os nomes de nossos parceiros, jogo que há tempo desconheço e que tentei tratar com a humildade da primeira vez. Acho que funcionou, mas é um trabalho constante. Nós, atores, temos o ego lá no alto e ele pode em muito nos prejudicar. Que eu siga trabalhando.

Adorei a versão "Scretch" para um jogo que eu conheço como jogo do Rá!

Sentamos para algo que adoro fazer: ouvir a história do colega. Minha parceira, a Escoteira Maria José, desde que ouvi falar de sua função fiquei bem interessado, afinal, sempre quis ser escoteiro, quando menino. E apesar de saber que ela é Militar, sua voz, seu jeito, seu olhar trazem uma toques e vibrações de grande mãe, com grandes asas, sob as quais abriga seus filhotes. Fica aqui meu desejo, de que ela possa finalmente abraçar seu sonho e vocação: ser professora.

Toma-me um pouquinho de emoção agora ao lembrar de história dela. Emoção que se aflorou com narrativa de colegas, lembro da respiração suspensa de Marcela, do choro incontido de Raquel, e teve mais alguém cujo nome e o momento me foge agora, ficou apenas aquele silêncio de quando as palavras são rasas para profundidade e poesia do então...

Lanche para respirar mais fundo. Banquete do grupo. Bem que avisaram que precisaria de mais tempo.

Ao voltar, leitura de definições no Dicionário Teatral. Gostei muito da definição de Contador. Gostei de saber que o contador é um híbrido de ator, educador e performer, que trabalha voz e mãos nus. Definição e função carregadas e lirismos.

Hora da prática: Uma história e uma missão: Encontrar um trecho onde se possa diferenciar narrador de personagens. Trios e simbora estudar para apresentar. Eu, Mário, Camilo, Nasrudim e o Ovo. Delícia de pesquisa, orientação criteriosa dos colegas. Foram todos apresentar. Lindo era ver como cada um tocava aquela partitura.

No final, devolutiva e uma reflexão: A verdadeira simplicidade cativa o público.

Lembrar sempre de espacializar a história, de tirar seu excesso de fazer um enredo esquemático e um contorno dramático. E sempre ter atenção às escolhas estéticas ao mostrar o personagem.

Saí da aula com uma certeza: meu primeiro espetáculo solo como contador está próximo. Vou colocar tudo o que eu estou aprendendo em prática e vou para cena. E não tarda esta história fazer parte de meus registros.

Segue um vídeo da professora Simone Grande. O áudio não está muito bom, mas elucida muitas questões por ela levantada.

E que venha sábado!


 




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